“Classificada como Dança Dramática, nome genérico com que se designam os grandes bailados populares que se baseiam num assunto e têm, na sua maioria, partes faladas e representadas, contando uma ou várias histórias. […] A Dança é composta de cantigas e temas marítimos de origem ibérica que receberam no Brasil acompanhamento instrumental, alegorias, coreografias e a forma de auto (representação) dividido em partes chamadas de jornadas. Os personagens giram em torno de uma embarcação (marujos, capitão, contra-mestre, etc…) Embora seja adotada como sinônimo de Barca, A Nau Catarineta na verdade é uma das jornadas que foi incorporada ao auto resgatada de um antigo romance oral de origem ibérica, que conta a história de um navio português desaparecido na volta das colônias. É considerado por Luis da Câmara Cascudo como o poema anônimo de biografia mais alentada. A origens tanto do nome quanto do romance, são bastante controversas. O nome teria derivado do nome ou apelido de uma embarcação, portuguesa ou francesa, de uma peça integrante dela, ou ainda do Romance de Santa Catarina, de origem espanhola. O romance, em hipótese levantada pelo poeta português Almeida Garret, teria origem num caso verídico do navio português Santo Antonio, que transportava Jorge de Albuquerque Coelho de Olinda a Lisboa e desapareceu em 1565. Mário de Andrade foi quem enumerou, contextualizou e descartou (por análise de datas, lugares e outras variantes) todas essa possibilidades em artigo publicado na Revista do Arquivo Municipal da Prefeitura do Município de São Paulo em 1941.[…]”
fonte:
Missão de Pesquisas Folclóricas<http://sampa3.prodam.sp.gov.br/ccsp/missao/mostram.asp?m1=Barca>